Náufragos Eternos
Mil barcos de cimento afundados na fonte da Avenida dos Aliados.
da série Existências Extraviadas.

Um náufrago é um alienamento involuntário da superfície. Um abandono da realidade que se deixa à sua lenta ruína numa atmosfera paralela. Uma separação da tona, aqui multiplicada por mil, com o intuito de refletir os vínculos e desvinculos individuais e colectivos que estabelecemos com a realidade. Nesta instalação, porém, esta separação não era completamente irreversível. No seu decorrer, os mil barcos submersos no lago dos Aliados puderam ser levados por quem se aventurasse na água, num resgate continuo que transformou a destruição da obra no salvamento das suas peças.


A instalação Náufragos Eternos decorreu de 26 de Outubro a 23 de Novembro de 2013, no lago da Avenida dos Aliados do Porto, e a sua inauguração contou com um concerto de Blac Koyote (José Alberto Gomes com André Covas).
Esta obra pertence à série de trabalhos Existências Extraviadas, projetada no programa de residências artísticas do 1ª Avenida, e apresentada em Setembro 2013 no edifício Axa. A série reflete sobre os estágios de alienação, o desfasamento da realidade, espaços de limbo, relações de intermitência e a profundidade do esquecimento.
Os mil barcos que compõem a instalação são feitos de cimento, madeira, pano cru e fio do norte e foram produzidos ao longo de 4 meses, no atelier do edifício Axa.

Agradecimentos especiais a Cláudia Melo, André Covas, José Alberto Gomes, Isabel Trabulo, João Abreu, Reis Valdrez, Jorge Lourenço, Miguel Lomba, João Estelita, Mário Calisto, Joana Goma, João Espírito Santo e à equipa de voluntariado da Fundação da Juventude e à equipa do 1ª Avenida.

Fotos por Bruna Amaral. Video pela equipa de documentação do 1ª Avenida,