Once in a Blue Moon

Uma Lua Azul é um extra. 
É quando num ano, em vez de doze luas cheias, temos treze. Acontece sempre que uma lua cheia se consegue infiltrar num mês onde já há uma, ou quando numa estação que já tem as suas três, aparece uma quarta.

Não é suposta, e aparentemente não encaixa, mas volta e meia acontece. Baralha as contas dos almanaques e das estações, mas não deixa de ser uma lua cheia, e, melhor ainda, uma que é extra.

Na verdade não é mais do que um fenómeno matemático, um cálculo das voltas da lua, que prediz que esta se enche de vinte e nove dias e meio em vinte e nove dias e meio, o que, assim por alto, significa que a cada dois anos, oito meses e dezoito dias uma lua azul acontece.

Pode parecer acidental ou mesmo sorte, mas não é mais do que um erro calculável. É raro e bem vindo, mas não é acaso. São aquelas décimas que se vão somando, e que eventualmente tomam a forma de algo maior. É aquele esforço extra que se vai acumulando e devagarinho se vai transformando em algo absoluto.

Uma Lua Azul pode ser a mais extraordinária de todas as luas.
Porque a lua é símbolo de força, de potência, de totalidade, de pureza, de unidade e do devir. Mas é também símbolo do irracional, do intuitivo e do subjetivo. É insubordinada mas é de prata. É azul.



Once in a Blue Moon foi uma prenda para o 15º aniversário do Maus Hábitos, 04.2016