Every Square Meter Of The Earth
Carmo Azeredo & André Covas, 2018

This world is getting smaller by the day. Our domestication of the planet, or rather the frantic conquest of every last bit of land, has squeezed out most of what could be named ‘wild’. And through this shrinking of habitat, accompanied by our ever more urban lives, we seem to have entered a state where the natural world is no longer familiar to us. No longer something we understand for what it thrives to be. We rather see it as something that feeds our consumption desires or something that we must desperately try to preserve as it is. These two reactions are completely comprehensible. The first as it creates better conditions for our species, the second, in reaction, for trying to avoid the absolute destruction of the earth’s ecosystem. But both perpetuate a very specific image of nature. An objectified nature, disconnected from our existence, and a ‘pure nature’, untouched, which at some point was perfect, and that we humans endangered. An image of nature that presents the possibility of modern day Edens, and the subsequent thrill of being able to preserve the last known paradises, while consuming others. But is our idea of nature truly capable of ignoring itself?
This exhibition explores our notion of nature along woth the clash of the human world and the natural world, dealing with concepts such as natural and anti-natural, purity and reality, winners and losers, the condition of wilderness, depletion and abandonment, misplaced life, the systematic conquest of territories and the process of layering the new on top of the old.
Carmo Azeredo + André Covas


Este mundo é cada vez mais pequeno. A nossa domesticação do planeta, ou antes a frenética conquista de todo e qualquer pedaço de terra, espremeu já quase tudo o que se poderia chamar ‘selvagem’.
E através deste encolhimento de habitat, acompanhado por vidas cada vez mais urbanas, entramos aparentemente num estado no qual o mundo natural não nos é mais familiar. Como se já não lhe reconhecemos a própria prosperidade vital que procura ser. Vemo-lo antes como algo que serve os nossos desejos de consumo, ou algo que devemos desesperadamente tentar preservar tal como é. Estas duas posições são completamente compreensíveis, a primeira por procurar melhorar o habitat da nossa espécie e a segunda por, em reação à primeira, tentar evitar a destruição absoluta do ecossistema da terra. Mas ambas perpetuam uma imagem especifica de natureza. Uma natureza objecto, desconectada da nossa existência, ou uma ‘natureza pura’, intocada, que em algum momento foi perfeita, e que nós humanos colocamos em perigo. Uma imagem de natureza que apresenta a possibilidade de Édens modernos, e a subsequente emoção de poder preservar os últimos paraísos da terra enquanto consumimos outros. Mas pode a nossa ideia de natureza verdadeiramente ignorar-se a si mesma?
Esta exposição explora a noção de natureza e o choque entre o mundo humano e o mundo natural, atravessando conceitos tais como o natural e anti-natural, pureza e realidade, vencedores e vencidos, a condição selvagem, esgotamento e abandono, deslocação de vida, a conquista sistemática de territórios e o processo de sobreposição do novo em cima do velho.
Carmo Azeredo + André Covas

Mai. 2018, Galeria do Sol, Porto.